Facilitação Gráfica: uma aliada em tempos remotos e presenciais

O que você sente quando alguma ideia toma forma? Ou seja, quando ela sai da sua mente e ganha uma representação gráfica, permitindo que outras pessoas possam visualizar algo que até então era abstrato. Incrível, não é mesmo! Esse é um mundo de possibilidades que a Facilitação Gráfica pode abrir, transformando diferentes formatos de eventos e treinamentos em experiências memoráveis.

A Facilitação Gráfica combina elementos visuais e textuais de uma maneira que estimula a compreensão e a retenção de informações. A técnica é ideal para reuniões, debates entre grupos, eventos e palestras, pois agrupa em metáforas visuais, imagens e textos sintetizados o conteúdo que está sendo abordado, expondo em painéis de grande formato ou digitalmente, deixando-os à vista de todos os participantes. Tudo em tempo real.

Aliás, essa ferramenta é uma poderosa aliada em tempos remotos e presenciais, pois se adapta com praticidade aos dois formatos. Além disso, a Facilitação Gráfica pode ser desenvolvida em papel ou digitalmente, independentemente de o evento ser presencial ou remoto. Vamos ver como isso funciona mais detalhadamente neste artigo.

Antes, porém, é muito importante que você conheça como a Facilitação Gráfica atua no processo de aprendizagem. Como falei em outros artigos, essa técnica se destaca na transmissão de conceitos, por mais complexos que sejam, de forma clara e envolvente.

Você já deve ter percebido que vivemos em uma era que a informação flui cada vez mais rápido e em maior volume. Isso impacta o nosso processo de assimilação, compreensão e retenção do conhecimento. Aliás, indico que dê uma olhadinha no meu artigo “A importância da facilitação gráfica na era da informação”.

Precisamos, portanto, unir recursos para otimizar essa jornada de aprendizagem. Dedicado à ciência da aprendizagem, Richard Mayer, pesquisador e professor de Psicologia da Universidade da Califórnia, desenvolveu uma teoria que aponta a importância de alinharmos imagens e textos para facilitar o processo de assimilação e compreensão das informações.

A Teoria da Aprendizagem Multimídia é muito respeitada na área de psicologia educacional e cognitiva. Ela se concentra em como as pessoas processam informações quando são apresentadas com conteúdo visual e textual simultaneamente, como em materiais de ensino, apresentações multimídia e treinamento online.

Como pilares centrais, a teoria sugere que o cérebro humano processa informações visual e verbalmente de maneira separada. Em vez de sobrecarregar o sistema cognitivo com muitas informações em ambas as modalidades ao mesmo tempo, é mais adequado apresentar conteúdo visual e textual de forma complementar.

Além disso, Mayer argumenta que o processo de aprendizado envolve uma carga cognitiva limitada, e, portanto, o design de materiais de ensino deve minimizar a carga cognitiva para otimizar a compreensão.

Isso significa que a apresentação de informações deve ser cuidadosamente planejada para evitar sobrecarregar os aprendizes.

A teoria de Mayer enfatiza vários princípios-chave, alguns deles são:

  1. Princípio multimídia:As pessoas aprendem melhor com uma combinação de palavras e imagens. Apresentar informações em vários formatos ajuda os alunos a processar e integrar informações de forma mais eficaz.
  1. Princípio da coerência:enfatiza a importância de tornar o conteúdo relevante para os alunos. Isso envolve a eliminação de informações desnecessárias e a apresentação de informações que são diretamente aplicáveis ao objetivo de aprendizado. É importante garantir que as palavras e os recursos visuais estejam alinhados e se complementam.
  1. Princípio da contiguidade temporal:Mayer destaca que a apresentação de informações visual e textual relacionadas deve ser feita de forma simultânea. Isso ajuda o aprendiz a conectar as informações visuais e textuais mais facilmente.
  1. Princípio da sinalização:a teoria defende que a aprendizagem é melhorada quando são acrescentadas sugestões para chamar a atenção para informações vitais. Destacar o que é importante facilita o processo de aprendizagem. Muita informação na tela confunde o aluno, dificultando a compreensão dos elementos mais críticos.

Conhecendo apenas alguns princípios, já entendemos que a teoria de Mayer tem implicações significativas no design de materiais de ensino. O objetivo é criar experiências de aprendizado que aproveitem a capacidade das pessoas de processar informações visuais e verbais de forma eficaz, enquanto minimizam a sobrecarga cognitiva e maximizam a compreensão.

Os princípios da teoria de Mayer reforçam como a Facilitação Gráfica pode ser relevante e uma ajuda valiosa em qualquer formato de transmissão de conhecimento, uma vez que a utilização de elementos visuais e textuais é uma parte fundamental dessa abordagem. Ela permite que os participantes processem informações de maneira mais assertiva e envolvente.

Agora que compreendemos a relação direta da Facilitação Gráfica com os nossos processos de aprendizagem, vamos conhecer os formatos e a versatilidade da técnica.

Formatos da Facilitação Gráfica

A Facilitação Gráfica é uma técnica que se adapta a diversos modelos, e um dos aspectos mais notáveis dessa abordagem é sua capacidade de ser aplicada tanto presencialmente quanto remotamente. Nessas duas modalidades, podemos explorar os formatos em papel ou digital.

A escolha do formato depende do objetivo do cliente, ou seja, do que ele quer obter como resultado. Isso vai variar conforme o grupo, as apresentações e a dinâmica. É importante destacar que esses pontos são acordados e alinhados com o cliente antecipadamente.

 

Vamos explorar as nuances de ambos os formatos da facilitação gráfica:

  1. Formato presencial, utilizando como recurso principal o papel

Em encontros presenciais, o facilitador gráfico está fisicamente presente no local do evento. Isso possibilita uma interação direta com os participantes, criando uma atmosfera envolvente e permitindo que o facilitador capte nuances e expressões superficiais que podem ser incorporadas às representações visuais.

No formato presencial com o uso de papel, usamos folhas grandes, para que as pessoas possam visualizar o que está acontecendo. Quando são grupos menores, utilizamos bastante papel, para que os participantes possam acompanhar a construção do conteúdo, principalmente, quando tem dinâmicas, brainstorm, projetos de cocriaçao, dentre outras aplicações.

Dessa forma, os participantes podem ver os passos dados dentro da jornada deles e conseguem tomar decisões a partir dessa síntese visual.

Com grupos maiores, nem sempre é possível acompanhar o que está acontecendo em tempo real. Mas, nos intervalos, eles podem conferir a captura dos principais pontos do conteúdo apresentado, assimilando melhor essas informações.

Numa convenção de vendas da Minerva Foods, por exemplo, utilizamos o papel num grande formato, para um público de 500 vendedores. Foi disponibilizada uma parede bem grande, onde montamos uma exposição de todos os conteúdos do evento.

Os painéis ficavam expostos conforme eram finalizados. Nos intervalos, os vendedores buscavam contato com esse conteúdo em exposição, criando uma memória visual da convenção.

  1. Formato presencial, utilizando recursos digitais

Acredito ser relevante apontar que a presença do facilitador gráfico não se resume apenas a sintetizar visualmente o conteúdo. A comunicação corporal desempenha um papel fundamental na comunicação. Gestos e interações presenciais são importantes para o ambiente e o entendimento geral, principalmente, quando os recursos mais utilizados na aplicação são os digitais.

Sim, é viável fazer um evento presencialmente e utilizar recursos digitais no lugar do tradicional mural de papel.

Realizamos um trabalho para a Henkel bem interessante. O tema principal era sustentabilidade. Então, recebemos como recomendação gerar o menor volume possível de resíduos. Nesse caso, a escolha mais assertiva seria o formato digital na aplicação.

Para você ter ideia da preocupação ambiental, a organização contabilizou até o carbono durante o evento, utilizando outros sistemas para equilibrar a emissão de carbono. Atendendo a demanda do cliente, os painéis que captaram as informações e os resumos das apresentações foram compartilhados em telas grandes de led.

Na segunda parte do evento, à tarde, os participantes foram divididos em grupos para trabalharem em cima da partilha de informações realizada no período da manhã. O registro desse processo também foi feito de forma digital.

No final do dia, o CEO usou todos os painéis para fazer o fechamento geral do evento.

  1. Formato remoto, utilizando como recurso principal o papel

A Facilitação Gráfica remota permite que pessoas de diferentes locais participem de um evento, treinamento ou reunião, ampliando o alcance e a acessibilidade. Isso é especialmente relevante em um mundo cada vez mais globalizado.

Para aplicar a técnica, utilizando o papel como principal recurso, uma câmera fica concentrada no trabalho do facilitador gráfico, que vai construindo o painel com as informações compartilhadas em tempo real. Os participantes podem acompanhar esse desenvolvimento.

Realizamos um projeto significativo com a Bradesco Seguros nesse formato. O cliente escolheu o uso do papel porque ele tem uma universidade corporativa na organização.

Nos treinamentos, a captação de informações era feita no papel em tempo real, enquanto o professor compartilhava o conteúdo para o grupo.

A dinâmica funcionou com uma tela onde estava acontecendo o compartilhamento de slides do professor, uma tela menor com o professor e outra tela menor com a Facilitação Gráfica se desenvolvendo.

O desenvolvimento da técnica impacta muito no processo de aprendizagem dos alunos. O cliente escolheu que a Facilitação Gráfica acontecesse em tempo real, porque entendeu que existem várias formas de aprendizagem, desde a música, a fala e as dinâmicas colaborativas.

Como vimos no início deste artigo, nós aprendemos de maneiras diferentes. Com esse entendimento, a Bradesco Seguros preferiu que o trabalho fosse realizado em papel, para que esse acompanhamento pudesse ser feito em tempo real e tivesse a mão ali desenhando.

Isso facilita a compreensão das informações e até a participação dos alunos quando o professor pede alguma atividade ou estimula o compartilhamento de insights e dúvidas. Toda essa dinâmica é incluída no painel que está sendo construído. Com isso, os alunos se engajam mais, pois esse desenvolvimento mais lúdico influencia o processo de aprendizagem e gera mais entusiasmo.

  1. Formato remoto, utilizando recursos digitais

Quando a escolha são os recursos digitais, os participantes visualizam essa construção apenas em alguns momentos. Esse formato é bem interessante para processos de cocriação.

Um case bem legal nesse formato é o trabalho que realizamos com o Ifood em um treinamento de liderança. Nesse caso, a exposição do painel aconteceu somente em alguns momentos. A dinâmica das salas é diferente.

Eles entendem que o maior benefício está em ouvir o professor ou o consultor falando. Nosso trabalho como facilitador gráfico é registrar as principais informações e apresentá-las em momentos específicos.

Em resumo, a Facilitação Gráfica é uma técnica versátil que pode ser aplicada estrategicamente presencialmente ou remotamente. Cada formato oferece vantagens únicas, e a escolha entre eles depende dos objetivos, das necessidades e da localização dos participantes.

Seja presencial ou remoto, papel ou digital, a Facilitação Gráfica continua a ser uma excelente ferramenta para simplificar informações complexas, envolver o público e melhorar a comunicação e o aprendizado.

Com a ferramenta, você pode ter jornadas de cocriação, com o passo a passo sendo construído em tempo real, processos mais colaborativos e um aprendizado com o recurso do lúdico e da criatividade.

A Facilitação Gráfica tem como vantagem ativar o arquétipo da criança interior. Quando os participantes assistem suas falas serem desenhadas, sentem mais entusiasmo e vontade de engajar com a apresentação.

Hoje, com o avanço das inteligências artificiais, queremos cada vez mais nos aproximarmos daquilo que é humano. A técnica entrega isso também, a humanização, pois todos os desenhos são feitos à mão, independentemente do formato, presencial ou remoto.

É hora de agir com a Facilitação Gráfica

Agora que você entendeu como a Facilitação Gráfica pode transformar seus eventos, treinamentos e reuniões, é hora de agir. Ela não é apenas uma técnica, mas uma revolução visual que pode mudar a comunicação, o aprendizado e a inovação em sua organização.

Entre em contato e descubra como a Facilitação Gráfica pode ser a chave para criar experiências criativas, lúdicas e memoráveis.

Até breve!

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