O futuro da aprendizagem corporativa: o que o Pensamento Visual tem a ver com isso?

Você já participou de um treinamento no trabalho e, ao final, percebeu que entendeu pouco e reteve quase nada? Já se pegou tentando decifrar slides lotados de texto enquanto alguém falava — e no fim, nem lembrava do que viu, nem do que ouviu?

Pois é. Nós também.

E é justamente por viver esse cenário (muitas vezes do lado de cá e de lá do projetor) que começamos a explorar alternativas. Com o tempo — e com muitos testes, projetos e trocas — entendemos que não era só sobre o conteúdo, mas sobre a forma como ele era apresentado. E aí entra o Pensamento Visual.

O que é Pensamento Visual (de verdade)?

Pensamento Visual é mais do que desenhar ideias. É sobre pensar, processar, estruturar, organizar e comunicar conceitos por meio de uma linguagem visual. Em resumo, é uma habilidade muito estratégica.

Na prática, é o que acontece quando trocamos o excesso de texto por fluxos visuais, setas, metáforas gráficas, post-its bem-posicionados, analogias visuais e mapas que mostram para onde estamos indo. A estética pode até chamar atenção, mas o que transforma mesmo é a função: tornar o entendimento mais rápido, intuitivo e memorável.

Por que isso importa para o futuro da aprendizagem?

Porque o mundo do trabalho está mudando. A forma como aprendemos — também.

Hoje, temos menos tempo para absorver mais conteúdo. Lidamos com equipes remotas, múltiplas gerações no mesmo time, e uma avalanche de ferramentas competindo por atenção. E no meio disso tudo, empresas querem (e precisam) formar colaboradores mais críticos, criativos e alinhados com os valores da organização.

Só que… não dá pra fazer isso com o mesmo modelo de treinamento dos anos 2000. Vídeos longos, PDFs infinitos e PowerPoints repletos de texto já não funcionam como antes.

A aprendizagem do futuro exige:

  • clareza,
  • concisão,
  • conexão,
  • e participação ativa.

E é aí que o Pensamento Visual brilha.

O que diz a ciência?

Estudos recentes na área da cognição mostram que combinar elementos visuais e verbais aumenta drasticamente a retenção de informação. Uma pesquisa conduzida por Wammes et al. (2016) demonstrou que o ato de desenhar conceitos melhora a memorização, pois ativa áreas cerebrais associadas à codificação semântica e visual ao mesmo tempo.

Ou seja: não é só uma escolha estética. É uma estratégia neurocientífica.

Ok, mas como isso se aplica no dia a dia das empresas?

Aqui vão alguns desdobramentos práticos de como o Pensamento Visual revoluciona a aprendizagem corporativa (e não estamos falando de futurismo, mas do presente):

  1. Onboarding visual

Imagine o primeiro dia de uma pessoa em uma empresa. Em vez de um manual de 50 páginas, ela recebe um mapa visual com os principais valores da empresa, as áreas e suas interações, um fluxo de perguntas frequentes e uma trilha de aprendizado ilustrada.

Mais do que “bem-vinda”, essa pessoa se sente orientada, conectada e segura.

  1. Treinamentos técnicos com infográficos dinâmicos

Você já participou de treinamentos sobre segurança da informação, compliance ou processos operacionais? Se sim, sabe o quanto eles podem ser densos. Agora imagine essas informações estruturadas em infográficos modulares, com esquemas de decisão, fluxos visuais e ícones intuitivos que facilitam o entendimento e reduzem dúvidas.

Além de facilitar a compreensão, esse formato reduz o tempo de reexplicação e o retrabalho. 

  1. Workshops cocriativos com facilitação gráfica

Já facilitamos sessões de planejamento estratégico e inovação com equipes multidisciplinares. Nessas ocasiões, usamos painéis visuais que vão sendo construídos ao longo do encontro. Eles funcionam como “mapas visuais coletivos”, permitindo que todos vejam o que está sendo pensado, como as ideias se conectam e para onde o grupo está indo.

Ao final, o conteúdo gerado é transformado em relatórios visuais — uma espécie de memória coletiva, que vai muito além da ata. 

  1. Programas de desenvolvimento de lideranças

Grandes empresas estão percebendo que liderar hoje é muito mais sobre comunicação clara, escuta ativa e visão sistêmica do que apenas sobre controle. E o pensamento visual é uma das formas mais potentes de desenvolver essas competências.

Já trabalhamos com líderes que começaram usando esquemas visuais para planejar reuniões e hoje usam o método para facilitar conversas difíceis, desenvolver times e até repensar suas rotinas de feedback.

  1. Materiais de aprendizagem e manuais mais amigáveis

Já transformamos manuais técnicos em materiais visuais navegáveis. Sim, o conteúdo continua lá. Mas em vez de ser ignorado, ele é consultado com frequência — justamente porque está mais acessível, visual e inteligente.

A mudança aqui não é só de linguagem, mas de usabilidade e engajamento.

Tendências de aprendizagem corporativa — e onde o visual entra nisso

Nos últimos anos, temos acompanhado de perto as transformações nos modelos de aprendizagem dentro das empresas. A pandemia acelerou muitas dessas mudanças, mas a verdade é que elas já vinham sendo gestadas há algum tempo. O que vemos agora é um redesenho completo da forma como os times aprendem, compartilham conhecimento e se desenvolvem profissionalmente.

E essas mudanças trazem uma coisa em comum: a centralidade do ser humano na aprendizagem. Aprender no trabalho, hoje, é mais do que absorver conteúdo. É experienciar, cocriar, aplicar e lembrar.

Aqui estão algumas tendências que já são realidade em muitas organizações — e como o Pensamento Visual se encaixa (e potencializa) cada uma delas:

  1. Microlearning com mais clareza

A ideia de dividir conteúdos longos em pílulas de aprendizado já está consolidada. Mas nem sempre o conteúdo dessas “pílulas” é realmente absorvido. Com o suporte de mapas visuais, ícones explicativos e fluxos desenhados, conseguimos transformar até temas técnicos em aprendizados rápidos e visualmente assimiláveis — ideais para uma rotina corrida.

  1. Aprendizagem colaborativa e social

As plataformas de aprendizagem social, como fóruns internos, comunidades de prática e sessões ao vivo, vêm ganhando força. E nada mais eficaz do que usar painéis visuais para organizar as ideias que emergem dessas trocas. O visual aqui atua como registro vivo da colaboração.

  1. Personalização da jornada de aprendizado

Cada pessoa aprende de um jeito. Há quem prefira ler, quem prefira ver, quem só entende quando faz. O uso do Pensamento Visual permite adaptar o mesmo conteúdo para diferentes estilos cognitivos. E isso é mais inclusivo, assertivo e muito mais humano.

  1. Aprendizagem baseada em projetos

Muitas empresas estão substituindo treinamentos isolados por trilhas baseadas em desafios reais. Nessas trilhas, mapas visuais ajudam a organizar etapas, prazos, entregas e aprendizados. É como se o conteúdo ganhasse um formato navegável.

O visual como ponte entre o técnico e o humano

No fundo, quando conversamos sobre aprendizagem, não estamos falando somente de transmitir conhecimento, mas de transformar comportamento. E isso não acontece com base em slides decorados, mas em experiências que fazem sentido — cognitivamente e emocionalmente.

A comunicação visual tem essa força porque fala com o cérebro e com o coração. Com lógica e empatia.

Ela permite que o conteúdo seja compreendido por diferentes estilos de aprendizagem: o mais lógico, o mais visual, o mais relacional. E isso é muito inclusivo.

Mas e quem não sabe desenhar?

Essa é uma pergunta que ouvimos quase toda semana.

E a resposta é sempre a mesma: não precisa saber desenhar, precisa saber estruturar.

Aqui na equipe, sempre dizemos que um rabisco com intenção vale mais do que um gráfico sem sentido. Visual Thinking é sobre função. Basta papel, caneta e um pouco de treino — o resto é clareza de pensamento.

E sim, isso pode (e deve) ser aprendido por qualquer pessoa.

Aprender com o corpo todo

Quando usamos o pensamento visual, ativamos múltiplos canais de percepção: visual, motor, emocional, espacial. Isso faz com que a aprendizagem não seja só cognitiva, mas experiencial.

É por isso que, ao facilitar um treinamento com recursos visuais, vemos pessoas se movimentando, colaborando, apontando, rindo, se emocionando.

Aprender, quando bem-feito, é algo que mobiliza o corpo todo. É quando o conhecimento desce da cabeça e começa a se tornar ação.

Um convite

Se chegamos até aqui, talvez você esteja se perguntando: por onde começo?

Nossa sugestão: comece pelo simples.

  • Experimente mapear visualmente suas próximas reuniões.
  • Use post-its, desenhos simples, esquemas de perguntas e respostas.
  • Transforme um processo da sua empresa em um fluxo visual.
  • Pergunte para as pessoas como elas preferem aprender.
  • Escute, desenhe, teste, ajuste.

O Pensamento Visual é uma habilidade — e como toda habilidade, quanto mais a gente faz, mais sentido ela tem.

Aqui, na nossa equipe, seguimos aprendendo todos os dias com cada projeto, cliente e descoberta. Acreditamos que o futuro da aprendizagem corporativa não é sobre aprender mais. É sobre aprender melhor. E, principalmente, de forma mais humana.

Se você também acredita nisso, estamos no mesmo caminho. Conte com a gente nessa jornada!

Até breve!

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