The wall is the new desk!

Quando eu li o livro “The doodle revolution” da Sunni Brown, eu fiquei apaixonada pela frase acima.

Aliás, foi como se eu entrasse em uma fenda do tempo na minha mente e fosse direto para milhares de anos atrás!

“Muito, muito antes das palavras serem escritas, as pessoas acreditavam no poder das imagens!” (Dan Roam)

Há 32 mil anos atrás, nossos ancestrais entraram em uma caverna e, com alguns pedaços de carvão, desenharam um touro na parede. Nós não sabemos porque eles fizeram isso e qual a intenção deles, se é que existia alguma.

A única coisa que sabemos é que estas figuras são os registros mais antigos feitos pelas mãos humanas: desenhos na parede.

Tentem visualizar essa cena nas suas mentes!

Quando você pensa nesta primeira tentativa que os “homos sapiens” fizeram de registrar visualmente uma informação (esta é minha leitura sobre isso, sem nenhuma comprovação científica), desenhando animais nas paredes das cavernas, isso te lembra alguma cena mais recente? Alguma cena na qual você até já tenha feito parte?

Eu, geralmente, trabalho em ambientes corporativos e educacionais. Muitas vezes, entro em reuniões nas empresas e vejo os modernos “homo sapiens” diante de uma parede, colando post-its em grandes canvas, desenhando, rabiscando e tentando construir conteúdos, processos, fluxos e fazendo conexões de informações.

E o que eu vejo diante de mim é quase a mesma “estrutura de cena” que aconteceu há mais de 30 mil anos!

Me divirto muito com essa ideia!

Não é curioso, depois de milhares anos, que estamos de frente para uma parede tentando nos comunicar por meio de ferramentas visuais?

Eu acredito que isto só é possível, porque esta forma de expressão está intrínseca no ser humano. Esta forma de usar recursos visuais está no nosso DNA!

É claro que evoluímos muito de lá para cá!

Nunca na história da humanidade usamos tantos recursos visuais como hoje, de uma forma tão sofisticada e associada à linguagem verbal.

Bob Horn, diz no livro “Visual Language”, que o processo de combinar palavras X cores, imagens e formas, está criando um novo tipo de linguagem único da nossa época.

E eu concordo com ele, pois somos impactados por essa nova linguagem diariamente.

E isso não é uma tendência ou moda, é uma mudança sem volta.

Esta nova forma de linguagem está transformando nossa forma de comunicação, e podemos ver essa mudança na maioria dos dispositivos que acessamos no dia a dia, por exemplo.

Ela também se aplica no uso de metodologias em todas as áreas do conhecimento. De canvas: Business Model Canvas, PM Canvas; à metodologias como Scrum, Kanbam, Design Sprint e por aí vai. Quantas delas usam ferramentas visuais na sua construção?

Quando estamos em um ambiente onde é feito um trabalho em grupo, temos que garantir que a grande maioria consiga compreender o que está sendo apresentado ou discutido, pois só assim, conseguimos tomar decisões juntos, seguir para os próximos passos e criar um senso de pertencimento e de “dono” dos projetos dentro das corporações, para chegarmos a um resultado efetivo.

Por isso, construir metodologias usando ferramentas visuais, tem sido uma escolha muito assertiva.

Sem contar que criar um ambiente que incentive a visualização de processos e ideações, usando ferramentas visuais simples em grandes formatos na parede, melhora a performance do grupo, encoraja a experimentação e expõe os participantes a criar um espaço que possa servir como registro do processo. Os colaboradores perdem o medo de gerar o caos, para a partir dele, criar ideias e mapear conversas.

Todos saem dos limites dos seus “desks” para uma construção colaborativa e visual no “wall”.

Isso é muito poderoso!

A facilitação gráfica também é uma técnica onde usamos ferramentas visuais para registrar graficamente a síntese de informações em grandes painéis que ficam fixados em paredes e são visualizados pelos participantes das reuniões ou eventos.

Sua aplicação facilita o aprendizado; auxilia no processo de tomada de decisões, cruzando informações e rompendo barreiras; gera maior retenção e entendimento dos principais conceitos e ideias exploradas verbalmente; aumenta a clareza e compreensão e os níveis de interesse, entre muitos outros benefícios mensuráveis e já comprovados.

Por isso, posso dizer que a frase “The wall is the new desk” me representa!

Não uso carvão, mas sim canetas super coloridas e especializadas! Meus grandes painéis em papel são as paredes das cavernas. Não só desenho, porque a facilitação gráfica utiliza a associação da linguagem verbal X visual.

Mas assim como nossos ancestrais e meus amigos do meio corporativo, eu me vejo diante de uma parede!

E com a missão de construir conteúdos que tenham relevância para os grupos que trabalham de forma colaborativa, superando seus limites e explorando novas ideias.

 

Long live the wall!

 

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