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O Mundo Mudou!

O que isso tem a ver com a forma que nos comunicamos?

Há 32 mil anos, os “homos sapiens” entraram em uma caverna no sul da França, pegaram um pedaço de carvão e fizeram o desenho de um touro na parede.

Esse é o registro de informações mais antigo que conhecemos.

Ninguém sabe ao certo qual foi a intenção deles, se é que existia alguma. O que se sabe é que de lá para cá, começamos a registrar as informações visualmente para nos comunicar.

Há 5 mil anos, os egípcios desenvolveram um sistema visual completo feito com desenhos e figuras chamadas de pictogramas, que representavam coisas reais, como animais, por ex. Esses registros eram chamados de hieróglifos e eram feitos por escribas.

Com o tempo, essas figuras começaram a ser desenhadas também para representar sons e surgiu uma maneira de escrita que representava palavras, os fonogramas.

Apenas há 3 mil anos, os sumérios perceberam que esta forma de escrita era muito complexa, e criaram uma nova forma que representasse somente os sons, onde as figuras foram sendo simplificadas até se tornarem letras. Surge a primeira escrita codificada da nossa história: o alfabeto como conhecemos hoje.

Durante muito tempo, a escrita foi a principal forma de registro e comunicação das informações que eram transmitidas verbalmente.

Além dela, a arte se desenvolveu como expressão, registro e comunicação, de objetos, lugares, pessoas, imagens e emoções. E estas duas formas de linguagem se complementaram durante séculos no papel de registrar nossa história. Em alguns livros, era possível encontrar ilustrações ou pinturas que complementavam a escrita.

A partir do século XIX, com a invenção da fotografia e novas técnicas de ilustrações, a linguagem visual,  associada a linguagem verbal (escrita), começou a se tornar uma nova ferramenta de comunicação, e vem sendo muito aplicada nos meios de comunicação em massa e transformando a forma como recebemos, entendemos e assimilamos informações.

 

O MUNDO DE HOJE

Hoje, nós vivemos em um mundo cada vez mais visual.

Nunca na história da humanidade usamos tantos recursos visuais, de uma forma tão sofisticada e associada à linguagem verbal.

Muitas pessoas ao acordar, antes mesmo de sair da cama, olham o celular. Este é um dispositivo totalmente visual, desde a forma como os apps são apresentados, até o formato de como os conteúdos são construídos dentro deles.

Esta linguagem também é usada em outros dispositivos que estão inseridos na nossa rotina: computadores, TVs, alguns carros, etc que possuem sistemas visuais de organização e fluxo das informações.

A linguagem visual tem sido aplicada no uso de metodologias em diversas áreas do conhecimento em ambientes corporativos, (falo um pouco mais sobre isso no texto “The wall is the new desk”).

Em um ambiente educacional, o uso associado dessas duas linguagens é fundamental para sermos mais eficazes em auxiliar no processo de aprendizagem e retenção das informações.

Precisamos capturar a atenção de quem nos ouve e assiste, e essa nova linguagem nos ajuda quando usamos as ferramentas visuais apoiando a nossa fala, por exemplo.

Ela também nos permite construir conteúdos mais fáceis de compartilhar, que geram maior entendimento, e por serem lúdicos, criam identificação e conexões entre as pessoas.

Embora não pareça, você não precisa ser um profissional da área de facilitação gráfica ou do design para usar as ferramentas visuais X linguagem verbal a seu favor.

Você pode fazer isso de forma simples e aplicar esta linguagem para organizar conteúdos que você coleta durante reuniões, palestras ou aulas. Elas te ajudam a criar sínteses visuais que funcionam como “lembretes” para sua memória no momento em que você revê este conteúdo.

Tem uma autora chamada Sunni Brown que defende que nós deveríamos ensinar a linguagem visual pela mesma razão que nós alfabetizados pessoas na linguagem verbal:

– dar ao outro o poder de articular e comunicar pensamentos;

– resolver problemas complexos de forma mais simples.

Além disso, esta nova linguagem é “uma mudança sem volta”. Todos temos que saber usá-la para garantir que a comunicação seja um caminho de mão dupla e as pessoas não sejam apenas impactadas por informações, mas possam expressar seus pensamentos e ideias também.

Sem contar que o uso dela ajuda a melhorar as relações humanas:

– facilitam a compreensão, o que diminuem “ruídos” na comunicação;

– empoderam quem fala, pois funcionam como apoio visual ao discurso e trazem mais confiança;

– ao usarmos desenhos, imagens ou organização visual feitas à mão livre, acessamos nossa criança interior, criando conexões entre as pessoas.

A boa notícia é que nossa mente possui a habilidade inata de usar essas recursos: escuta, escrita (aprendida), síntese (por meio do senso crítico), organização espacial e ferramentas visuais (aprendidas); todos os recursos necessários para desenvolver e aplicar essa nova forma de comunicação, estão disponíveis dentro de nós.

Tudo que precisamos é entender e aprender como usar essas ferramentas. E treinar, treinar e treinar.

Não é sobre talento, mas sobre colocar a “mão na massa” e deixar essa sabedoria ancestral fluir em você!