Como usar a criatividade para a resolução de problemas

Não é a toa que o Fórum Econômico Mundial, desde 2015, vem colocando a Criatividade no topo da lista das habilidades que precisam ser desenvolvidas por todo profissional.

Talvez você tenha lido esta frase e pensado: “xi, não sou criativo!”

Esse é um grande engano! Todos nós somos criativos, e ao contrário do que muitos pensam, ela não é um dom, mas sim uma habilidade que usamos para compreender o mundo de novas maneiras, fazendo conexões de fatos nem sempre relacionados, mas que geram soluções. Através dela temos mudança, transformação e inovação.

E a criatividade pode resolver desafios? Sim! Ajuda a encontrar novas respostas. Logo, podemos usar a criatividade também para a resolução de problemas.

Albert Einstein já cantava a bola: “insanidade é fazer sempre a mesma coisa várias e várias vezes esperando obter um resultado diferente”. Quando estamos presos em uma questão que parece sem saída, a nossa mente fica em branco e tentamos resolver o problema com as técnicas mais tradicionais. Testamos, tentamos, repetimos e NADA! A coisa continua sem solução.

É natural repetir esse padrão, porque temos a tendência de colocar o nosso foco no problema. Então, pense comigo! Se eu olho apenas para um ponto, como vou acessar todos os outros pontos que estão fora do meu foco?

Precisamos ampliar a nossa visão para acessar outras possibilidades de solução para o problema. Aliás, o primeiro passo é justamente esse. Não pensar no problema, mas na solução. Essa mudança de pensamento nos ajuda a virar a chave.

E então, como usar a criatividade nessa situação?

Vamos aprender a desenvolver um processo criativo para orientar nossos esforços e gerar mais ideias.

Quero compartilhar com você o modelo “4-stage model” do psicólogo inglês da London School of Economics, Graham Wallas. Em 1926, ele desenvolveu a teoria “Arte do Pensamento”, que definiu, pela primeira vez, o processo criativo em quatro estágios.

Para Wallas, as quatro fases — preparação, incubação, iluminação e implementação — representam uma relação interessante entre trabalho consciente e inconsciente.

Abaixo, segue a explicação para cada estágio e como podemos usar a criatividade para a resolução de problemas.

 

1. PREPARAÇÃO

Esta etapa é o momento para entender e conhecer o problema e sua demanda. Ideias criativas não surgem do nada. Elas são respostas para solucionar uma questão ou atender uma necessidade.

Para isso, colete dados que possam ajudá-lo nesse processo. Faça perguntas como: “Essa questão afeta quem, além de mim?” “Quem mais pode ser envolvido na solução?” “O que pode estar atrapalhando?” “Quais recursos são necessários para resolver essa situação?”

É uma fase de assimilação, em que você, de maneira consciente, prepara o cérebro com as informações que tem e se prepara para o desafio que precisa ser resolvido ou superado.

Resumindo: estude e pesquise o que puder sobre o problema.

 

2. INCUBAÇÃO

Neste estágio, você dá um passo para trás. É o momento de parar de pensar conscientemente no problema. Você nutre o processo de pensamento inconsciente, por exemplo, mantendo-se aberto às ideias que vêm a você enquanto arruma o quarto ou dá uma caminhada.

Você abre sua mente para todas as ideias — mesmo as inusitadas. Não precisa aplicar ferramentas, técnicas ou outros tipos de recursos mais concretos. Uma boa sugestão nessa fase é se concentrar em outros projetos.

Fique tranquilo, pois as informações coletadas na fase da preparação estão armazenadas no cérebro. Elas estão sendo processadas e associadas à possíveis soluções. Com a sua mente livre, pensando em outras coisas, a parte inconsciente vai fazendo o seu trabalho.

 

3. ILUMINAÇÃO

É o momento EUREKA! É aquele instante em que você grita A-HA! É a fase em que você visualiza uma lâmpada se acendendo na sua cabeça. Nesse estágio, como o nome já sinaliza, a ideia é iluminada na sua mente.

Isso acontece porque houve o processo consciente de preparação, de identificação e investigação do problema, combinado com o trabalho inconsciente do seu cérebro. Por esse motivo, é sempre bom tirar um tempo para respirar novos ares quando o problema parece ser complexo demais.

Essa etapa mostra como o insight não é apenas aleatório, mas sim, resultado de um processo criativo. Lembra-se daquela afirmação atribuída a Thomas Edison de que o gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração?

Pois é, aquele “lampejo da ideia” é resultado dessa fórmula!

 

4. IMPLEMENTAÇÃO

Segundo Graham Wallas, essa fase, também conhecida como “Verificação”, é a etapa da experimentação. Aqui, você avalia, constrói e implanta sua ideia. É ideal para validar a solução pensada.

Você, então, pode testar e certificar se é útil e se responde as necessidades do problema. Em caso afirmativo, aperfeiçoe a ideia conforme necessário.

Criatividade, como já foi dito inicialmente, é uma habilidade que pode e deve ser exercitada, pois, dentre outros benefícios, nos ajuda a explorar a nossa razão e imaginação em prol de soluções diferentes para nossas questões.

O modelo “4-stage model” atende bem ao processo criativo porque funciona conforme o nosso pensamento natural. Você pode enxergar isso como algo complexo para resolver problemas, porém, é importante ter uma estrutura para extrair o nosso potencial, concorda?

  

SUPERE AS CRENÇAS SOBRE CRIATIVIDADE

Para liberar a criatividade e construir boas resoluções para problemas, é imprescindível superar algumas crenças.

Sabe aquele pensamento de que apenas pessoas especiais e talentosas são criativas (e você tem que nascer assim)? Sim, é uma crença que diminui a confiança em nosso processo criativo.

Um estudo da Universidade de Exeter mostrou que a noção de que gênios como Shakespeare, Picasso e Mozart foram “dotados” é um mito. Os pesquisadores analisaram performances excepcionais nas artes, matemática e esportes, para descobrir se “a crença generalizada de que para atingir altos níveis de habilidade uma pessoa deve possuir um potencial inato chamado talento”.

O estudo concluiu que a excelência é determinada por:

  • oportunidades
  • encorajamento
  • motivação, e
  • acima de tudo, PRÁTICA.

Entendeu, não é mesmo! Para ser criativo e encontrar soluções criativas, você precisa praticar!

Bem, já que está pronto para superar essa crença sobre criatividade, deixe-me oferecer uma dica BÔNUS para te ajudar a praticar o seu lado criativo e resolver problemas. Aproprie-se das ANOTAÇÕES VISUAIS!

  

ANOTAÇÕES VISUAIS E A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

As Anotações Visuais é um método em que “desenhamos” o conteúdo que nos é apresentado. Nessa atividade, associamos textos sintetizados a desenhos simples que atuam como metáforas para ideias complexas.

Neste caso, você pode aplicar o mesmo raciocínio para a resolução de um problema. Desenhe a questão e pontue as informações mais importantes sobre ela.

Muitos estudos apontam que nós aprendemos melhor visualmente. Logo, as Anotações Visuais se alinham como uma estratégia eficiente, tanto para o processo de aprendizagem, como para um processo que tem como objetivo a superação de um desafio.

Elas são ferramentas comprovadas e eficazes para reuniões mais colaborativas, resolução de problemas, tomadas de decisão, organização de ideias e para melhor compreensão do conteúdo.

Agora, fala para mim. Como você vai buscar soluções para problemas que te desafiam?

Até o nosso próximo encontro!

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