O potencial da Facilitação Gráfica para treinamentos

Recentemente, topei com uma frase atribuída a Anna Johnson que fez muito sentido. Diz assim: “Vivemos em uma época em que a informação é mais prolífica e amplamente disponível do que nunca, e visualizá-la é entendê-la”. É nesta linha de raciocínio que chamo a atenção para o potencial da Facilitação Gráfica para treinamentos.

Em um treinamento, a possibilidade de acionar habilidades visuais ajuda você a se envolver com o conteúdo, a se comunicar de forma assertiva, além de facilitar o processo de aprendizagem do público, que registra maior retenção de informações, aumentando também as competências críticas de tomada de decisão.

A Facilitação Gráfica, portanto, desponta com muito poder em um treinamento, alinhamento de estratégias, palestras, reuniões e eventos em geral. A técnica consiste em associar arte visual com a sistematização de informações, produzindo ainda mais conhecimento. Ela capta e traduz visualmente conceitos e ideias, ajudando no entendimento, assimilação, aprendizado e memorização de conteúdos diversos.

A técnica agrupa em metáforas visuais, imagens e textos sintetizados o conteúdo que está sendo abordado, o expõe em painéis de grande formato, deixando-os à vista de todos os participantes. Tudo em tempo real!

Com essa aplicação, é possível guiar a atenção do público, levando-o a visualizar e entender as informações.

Nessa perspectiva, a Facilitação Gráfica cria caminhos importantes para que o público possa cocriar essa produção do conhecimento.

Vamos entender melhor como isso funciona na prática!

  1. Mapeia o processo

Uma vez que os participantes se alternam em pensar, falar, agrupar, discutir, ver e enxergar, os painéis viram uma cocriação que mapeia todo o processo, facilitando o entendimento do conteúdo que é transmitido no treinamento.

Se você facilita treinamentos, ao acionar o recurso da Facilitação Gráfica pode ter como resultado um documento visual de todo o conteúdo abordado. Esse registro pode, inclusive, ser usado, posteriormente, em apresentações e disseminação para outros públicos, como apoio para novas discussões.

Isso significa que ao mapear um processo, com um determinado público, você pode levar esse registro para outros treinamentos e provocar novos insights. Não é incrível?

  1. Destaca os caminhos da aprendizagem

Durante o treinamento, a Facilitação Gráfica ajuda a destacar importantes caminhos de aprendizagem.

Vamos imaginar o seguinte: você está facilitando um treinamento de métodos ágeis. Neste caso, você lança uma questão e pergunta como os participantes resolveriam esse problema. Ao selecionar as respostas mais condizentes com o que foi proposto, o facilitador gráfico vai colocando essas informações no painel, basicamente traduzindo as ideias selecionadas.

Dessa forma, o público pode acompanhar, em tempo real, os caminhos criados para determinadas soluções, algo que, obviamente, é um destaque para o processo de aprendizagem.

A Facilitação Gráfica possibilita essa abordagem, construindo diante dos olhos dos participantes o mapeamento de todo o processo até a conclusão, mostrando os dados mais importantes e como eles são interpretados.

  1. Capta o clima do público

Lembra quando eu falei que a técnica permite a participação do público? Pois é, organizadamente, as pessoas são incentivadas a participar com opiniões, reflexões ou dúvidas.

Com isso, o facilitador gráfico pode refletir a mentalidade e compreensão do público no momento de traduzir essas informações para os painéis.

Um participante, por exemplo, pode opinar sobre o seu olhar para um método ágil. Talvez, essa fala, possa gerar identificação entre as demais pessoas. O facilitador gráfico pode captar o clima do público e colocar no painel uma informação mais “humanizada”, refletindo o sentimento daquele momento.

Esse trabalho não é apenas desenhar o que está sendo explanado, também é sobre sentir e captar a percepção de quem está envolvido nesse treinamento. Não podemos esquecer que no centro de tudo estão as pessoas. Elas precisam ser vistas, ouvidas e validadas.

No final, você terá um registro mais autêntico das discussões geradas no treinamento. E como disse antes, você pode até reutilizar esse material para ser o ponto de partida para outras reflexões.

  1. Gera mais conexão e diversão

Se tem algo que eu posso falar com propriedade, é sobre a conexão que a Facilitação Gráfica gera entre os participantes. Ao longo da minha experiência com a técnica em diversos tipos de eventos, observei como essa abordagem desperta a atenção, estimula a interação e promove muita diversão.

O aspecto mais divertido no treinamento é garantido pelo recurso da curiosidade. O público fica curioso para entender a dinâmica de assistir o conteúdo sendo “desenhado” em tempo real.

E quando as pessoas são estimuladas a participarem com seus comentários, dúvidas e opiniões, se sentem mais conectadas com o treinamento, pois percebem que seus pensamentos e comentários podem ser captados e utilizados nesse processo de cocriação.

Vamos combinar que aprender se divertindo é algo muito especial, concorda?

O treinamento fica mais leve e lúdico. Acredite, em alguns casos, há participantes que se interessam em fazer esboços de seus conteúdos ou até os nossos workshops de Anotações Visuais.

Isso acontece porque temos mais facilidade em processar informações visualmente. O que nos leva para o próximo tópico. Confira!

  1. Estimula o Pensamento Visual

Dave Gray diz que o Pensamento Visual é uma das formas de organizar seus pensamentos e melhorar a sua capacidade de pensar e se comunicar. Segundo ele, com esta habilidade, conseguimos expandir o nosso repertório, criando imagens para representar e dar significado para contextos reais ou mesmo abstratos.

Já encontrei literaturas que dizem que 70 a 80% das pessoas pensam, aprendem e entendem melhor por meio de imagens, cores e formas. Elas são consideradas Pensadores Visuais, ou seja, são predominantemente visuais no processo de compreensão e assimilação de informações.

Resumindo, o sentido visual ocupa bastante recursos do cérebro. Uma das pesquisas mais citadas sobre esse tema é o “Efeito de Superioridade Pictórica”, que se refere ao fenômeno em que imagens são mais prováveis de serem lembradas do que palavras.

Esse estudo baseia-se na teoria de Allan Paivio e na noção de que “a memória humana é extremamente sensível à modalidade simbólica de apresentação da informação do evento”.

Os seres humanos são muito visuais, lembram e processam informações, principalmente, através de associações visuais. Já vi alguns artigos que apontam o seguinte: Se uma informação for apresentada apenas verbalmente, após 72 horas, somente 10% das pessoas ainda lembram o que ouviram; enquanto isso, se a informação for apresentada com texto e imagens, a retenção dessa memória alcança até 65% das pessoas, após o mesmo período.

A partir dessa análise, é possível compreender como a Facilitação Gráfica estimula o Pensamento Visual e como isso traz muitos benefícios para quem está participando do treinamento.

Aqui, você consegue enxergar que a técnica não é o uso do powerpoint, embora ele seja um bom recurso. Você passa a entender que é um processo mais amplo, que alcança mais camadas e permite o público acessar e praticar o Pensamento Visual.

A Facilitação Gráfica é uma maneira organizada, criativa e divertida de estimular o aprendizado, usando elementos visuais para destacar as informações mais importantes e facilitar a compreensão e a mentalidade dos participantes.

Mais importante ainda é você visualizar e acreditar no potencial da Facilitação Gráfica. A técnica escaneia os elementos mais relevantes do seu treinamento, além de inovar com um padrão de comunicação que pode transformar a sua relação com o público e gerar mudanças significativas com essa produção de conhecimento.

E agora? Está curioso para inovar em seus treinamentos com a Facilitação Gráfica? Vem conversar com a gente!

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